quinta-feira, 4 de setembro de 2008

A volta do Teatro de Guignol da Tijuca - Rio de Janeiro

A Prefeitura do Rio, através da Subprefeitura da Tijuca e Adjacências em parceria com a Associação Rio de Teatro de Bonecos (ARTB) e a Empresa Memorial Saúde – Hospital São Victor reabrem o “Teatro de Guignol da Tijuca” na Praça Xavier de Brito no dia 13 de setembro (sábado) às 11h com festa e a apresentação da peça de Teatro de Bonecos “O Destino de Dona Baratinha”.

Os espetáculos de Teatro de Bonecos serão gratuitos, sempre aos sábados e domingos às 11h, incluindo também uma contrapartida educacional para as crianças das escolas públicas locais e interessadas em dias da semana, e a divulgação preventiva da saúde para população em geral sob o comando da personagem criada especialmente como Mestre de Cerimônias para todas as sessões, denominada de Dr. Memorial, que além de instruir distribuirá vales gratuitos de exames de saúde.

A programação se iniciará no sábado dia 13 de setembro às 11h, e se estenderá até o domingo dia 07 de dezembro que terá seu encerramento com a chegada triunfal do Papai Noel, trazendo a esperança para 2009.

OBJETIVO

Apresentar graciosamente 26 (vinte e seis) espetáculos de diversos Artistas e Grupos que se dedicam às mais variadas técnicas da arte teatral de formas animadas e congêneres, com o intuito não só de formar platéias e irradiar idéias, mas o de manter o Teatro de Guignol da Praça Xavier de Brito ativo como opção de entretenimento.

CONTATOS:

Subprefeitura da Tijuca – Assessora de Eventos – Sandra Serrado – 9636.9619 / 9859.2660

ca-tijuca@rio.rj.gov.br / sandra.serrado@bol.com.br

ARTB – Associação Rio de Teatro de Bonecos – Carlos Casanova – 93189901 – artb2008@gmail.com / casanova@cenanova.com.br

Breve Histórico do Teatro de Guignol

No Governo do Prefeito Pereira Passos (1902 a 1906), começa a chegar ao Rio de Janeiro, o Teatro de Guignol (designação genérica de um tipo de teatro de luva, para qualquer “castelete” – cognome arquitetônico destes Teatros de Guignol – dimensionados para fantoches ou marionetes de fios).

Com o advento da República, o Prefeito Pereira Passos, transformou a capital do Brasil, na Belle Époque carioca. Houve assim, importação do francês na arquitetura, nos costumes, na moda, na vida. Sintonizado por essa vontade, Pereira Passos, implantou dois Teatros de Guignol e seu sucessor, Francisco de Souza Aguiar, mais três na nossa cidade: Mourisco, Saens Peña, Copacabana, Beira Mar e Jardim do Méier. O que era mambembe, virou oficial.

O Teatro de Guignol surgiu em Lyon na França em 1804, em conseqüência da Revolução Francesa e a crise de desemprego, sendo idealizado por Laurent Mourguet com o intuito de divertir e divulgar sua atividade de arranca dentes. A personagem Guignol não existia e sim o Polichinelo que afrancesado, em 1820, chamou-se Guignol, sendo usado como um veículo de informação dos acontecimentos cotidianos, sempre com muito humor. O personagem título segue o perfil do famoso Pedro Malazartes, personagem conhecido pelo seu bom humor e oportunismo, típico malandro carioca que no Rio de Janeiro tinha a alcunha de João Minhoca.

Mas o grande responsável pelo desenvolvimento desta atividade foi o empresário português Arnaldo Gomes de Souza que obteve o reconhecimento de Pereira Passos que permitiu o arredamento desses espaços municipais para atividades de diversão. O sucesso foi tanto que à época a cervejaria Brahma teve interesse em se associar, fazendo uma parceria para divulgar seus produtos diante da tradicional demanda por vinhos, promovendo assim apresentações gratuitas de teatros de bonecos e de variedades. Mas nem todos tiveram a mesma sorte de um patrocínio, como o de Botafogo que cobrava 200 réis por ingresso.

Poucos registros encontram-se em arquivos nacionais, e somente o Guignol da Tijuca tem uma foto registrada com data, feita por Augusto Malta em 16 de agosto de 1927.

Destruído e retirado das praças, o Guignol viveu na memória de gerações que hoje estão na casa dos 50 a 70 anos.

Em 2003, com o apoio do Gestor de teatros Miguel Falabella, a atual Prefeitura começou a re-implantar novos cinco teatros de Guignol, no Jardim de Alah, Praça Jardim do Méier, Praça Xavier de Brito na Tijuca, Praça da Harmonia na Gamboa e na Quinta da Boa Vista.

(...) em afastado recanto, uma barraquinha afestoada de metim vermelho chamou a nossa atenção. (...)

- Há lá dentro crianças e bonecos.

- As duas únicas criações de Deus que se pode amar sem receio

(João do Rio)

Bibliografia mais recente: Revista Móin-Móin – Estudos sobre Teatro de Formas Animadas, Jaraguá do Sul – SC – SCAR/UDESC – 2007 – Ensaio “O Teatro de Bonecos na Belle-Époque Carioca” por Ana Pessoa, pág. 190.

O Antigo Teatro de Guignol

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Platéia no Teatro de Guignol da Tijuca na inauguração em 28/08/2004

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Títere de Carmem Miranda inaugurou o Teatro de Guignol da Tijuca

Espetáculos programados para o Teatro de Guignol

13 / 14 de setembro de 2008 – “O Destino de dona Baratinha” do Grupo Cenanova

20 / 21 de setembro de 2008 – “É o Bicho” do Grupo Fanfarra

27 / 28 de setembro de 2008 – “O Aniversário” do Grupo Troppa de Fantoches

Alguns espetáculos pré-programados para outubro/novembro e dezembro de 2008.

. “Que Cara é essa?” – do Grupo Porta do Céu

. “O Bufão do Sultão” de Fátima Café

. “Carranca, Três Histórias de Lobo Mal” do Grupo marimbondo

. “Quem Canta, Encanta” do Grupo Sorriso

. “Nos Embalos do disco” de Lúcia Bela

. “A Faxina” de Ricardo Gadelha”

. “Bagunçando O Coreto” do Grupo Circular

. “Chapeuzinho Vermelho” do Grupo Dengolengo

. “João e o Pé de Feijão” do Grupo Mala Magéia

. “Alice no País das Maravilhas” do Grupo Io Io

. “Ah! Cambaxirra se eu pudesse” da Cia Boto Vermelho

. “A comédia da Panelinha” do Grupo Pequeno Teatro de Retalhos

. “Baião de Dois” do Grupo Trio de Três

. “PHELLIPPO” da Cia Bonecos de Madeira

. “A Canoa do Tempo” de Ananda Machado

. “Flamingo” do Grupo Amálgama

Além de muitos outros que estão enviando suas propostas de oportunidade, inclusive de outros Estados e Cidades, de se apresentarem no Teatro de Guignol da Tijuca.

Tentaremos atender a todos, pois esta é a função da ARTB; difundir a arte titeriteira no Rio de Janeiro.

SOBRE A ARTB

A Associação Rio de Teatro de Bonecos (ARTB) é uma sociedade civil sem fins lucrativos, com sede e foro na cidade do Rio de Janeiro e jurisdição em todo o Estado, constituída de uma Diretoria, um Conselho Deliberativo e um Conselho Fiscal e que reúne pessoas (artistas/grupos) interessadas no desenvolvimento da arte do títere no Brasil.

A ARTB foi fundada em 1984 pelos associados do núcleo Rio da Associação Brasileira de Teatro de Bonecos (ABTB), atualmente denominada ABTB/UNIMA Brasil, com o objetivo de obter maior autonomia para o desenvolvimento de projetos locais sem, entretanto, se desvincular da organização nacional, cujas atividades foram oficialmente iniciadas em 1973. Estabeleceu-se como representante da ABTB no Estado do Rio de Janeiro, mantendo estreito vínculo com as demais Associações espalhadas pelos Estados Brasileiros e com a Union Internationale de La Marionette (UNIMA), com sede em Charleville-Mezières, França.

Desde a sua fundação a ARTB tem se dedicado, como fator multiplicador, a promover cursos, encontros, seminários, mostra e festivais, realizando projetos em parceria com os governos do Estado e dos Municípios, com os quais sempre teve o apoio do Ministério da Cultura, onde a Funarte teve papel preponderante da mais tradicional parceira, tendo em vista que a sede da ARTB/ABTB encontra-se localizada nas dependências dessa Fundação no Rio de Janeiro, e atualmente instalada no 5º andar do Teatro Glauce Rocha.

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